O Papa Leão XIII, com a Encíclica Rerum Novarum, deu início a uma série de documentos, hoje reconhecidos como base da Doutrina Social da Igreja. Ler, refletir e colocar em prática a mensagem destes documentos, mais do que uma obrigação, passa a ser um imperativo da nossa fé cristã.
sábado, 15 de dezembro de 2007
Salvar a vida por todas as vidas
É preciso dizer. Esta não é uma manifestação anti-Lula. Votei nele e sinto-me responsável por este momento. Por isso me manifesto e peço aos amigos que multipliquem este texto.
Dom Luiz Cappio está correto em sua ação. Os profetas sempre agiram assim, contra as instituições, quando estas negam seus princípios e colocam-se contra a vida do povo. É na defesa da vida do povo que Cappio arrisca a própria vida. Lula e todas as outras autoridades e meios de comuniciação, com o seu silêncio, gostariam de lavar as mãos e sair impunes de tudo isso. Não é verdade. O presidente, as autoridades e os meios de comunicação têm responsablidade sim, e devem ser cobrados pelo silêncio que impuseram aos fatos. O gesto de Dom Cappio é maior que sua história. Talvez, um dos únicos homens com coragem e visão capaz de perceber o quanto nos afundamos em uma sociedade de interesses econômicos, corrupção e morte. Vida para Dom Cappio. Que parem as máquinas no rio São Francisco
Por favor, envie para todos os seus contatos!
Agradeço
Francisco Surian
quarta-feira, 19 de setembro de 2007
Senado e o caso Renan Calheiros
Para registro:
No dia 12 de setembro de 2007
Os Senadores
envergonharam o Brasil
Depois disso: nenhum senador tem como comprovar o seu voto. Portanto todos envergonharam e envergonham o Brasil. É o ônus de uma votação secreta, todos são cúmplices de seu resultado!!!
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
Liturgia ilumina compromisso social, explica cardeal Bertone
Em uma carta, enviada em nome do Papa, à Semana Litúrgica Nacional Italiana
CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 28 de agosto de 2007 ( ZENIT.org).- A liturgia não isola, mas ilumina o compromisso social do batizado, explica o cardeal Tarcisio Bertone, em uma carta enviada em nome de Bento XVI.
Com essa mensagem, o secretário de Estado quis fazer-se presente na Semana Litúrgica Nacional Italiana, que se desenvolverá de 27 a 31 de agosto em Espoleto, com o tema «Celebrar na cidade do homem».
«Para viver como cristãos, é necessário harmonizar a fidelidade pessoal a Cristo com a 'cidadania', ou seja, com o compromisso de estar presentes no mundo como suas testemunhas», explica o colaborador mais próximo do Papa na guia da Santa Sé.
«E toda celebração litúrgica – acrescenta –, ajuda a fazer uma leitura sapiencial da história e um discernimento atento dos acontecimentos, pois abre o espírito dos fiéis a essa perspectiva escatológica que permite atuar na cidade terrena olhando além do que é transitório, para vislumbrar a misteriosa presença do Ressuscitado.»
«Os cristãos, através dos séculos, souberam reconhecer tudo o que havia de bom, de verdadeiro, de belo, de positivo nas diferentes sociedades nas quais estavam integrados», recorda o purpurado.
«Conscientes do convite de Cristo a ser 'sal' e 'fermento' da terra, eles se comprometeram, apoiados pelo Espírito Santo, a animar, com a riqueza do amor evangélico, a cultura e as tradições de seu tempo.»
Por este motivo, a carta convida os participantes no encontro a que reflitam sobre como «cumprir esta missão na atual sociedade com uma fidelidade evangélica celebrada na liturgia e vivida na existência cotidiana».
«Para toda geração cristã, a Eucaristia é o alimento indispensável que a sustenta enquanto atravessa o deserto deste mundo, árido por sistemas ideológicos e econômicos que não promovem a vida, mas a mortificam; um mundo onde domina a lógica do poder e do ter, mais que a do serviço e do amor; um mundo onde não raramente triunfa a cultura da violência e da morte», citando a homilia do Papa na passada solenidade do Corpus Christi.
Deste modo, assegura a carta, «uma ativa participação na celebração eucarística faz que o cristão seja mais consciente de sua própria vocação de ser sinal e testemunha de um modo radicalmente novo de atuar no mundo».
«Chamado a contribuir na construção da cidade terrena, compromete-se a favorecer as dinâmicas de participação e responsabilidade, de solidariedade e subsidiariedade no campo econômico e social, que estão a serviço da pessoa e do bem comum», conclui.
quarta-feira, 18 de julho de 2007
Corrupção é culpada pelo desastre em Congonhas. (passara adiante)
Corrupção é culpada pelo desastre em Congonhas.
Francisco Emílio Surian*
Nós brasileiros precisamos pensar para além dos fatos. Não importa no momento se houve ou não desvio de verbas na última reforma feita em Congonhas que teve início em 14 de maio com um custo previsto de 19 milhões de reais (ver matéria em http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL36091-5605,00.html )
Porém, é importante perceber que a corrupção no País tem desviado gorda fatia de todo o orçamento público. Andréa Vianna, em matéria para o Congresso em foco - baseada na pesquisa do professor Marcos Fernandes, coordenador da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e autor de A Economia Política da Corrupção no Brasil - afirma que "a corrupção consome R$ 9,68 bilhões por ano do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, isto é, quase a metade dos R$ 20 bilhões que representam o total de investimentos previstos no orçamento federal de 2006" (ver http://www.congressoemfoco.com.br/Noticia.aspx?id=5261). Se não bastasse as verbas desviadas, há ainda o custo corrupção: nos últimos três meses, (para não falar anos), deputados e senadores ganham gordos salários para promover CPI´s. Gastam todo o tempo útil de seus mandatos ou para se defenderem ou para tentarem condenar os corruptos e corruptores. Fazem na verdade um grande circo, pois não há notícias de que todo este movimento tenha conseguido mandar alguém para a cadeia. Pior que isso, em nenhum momento obrigou-se que o dinheiro público fosse devolvido.
Não deveriam os deputados e senadores ocupar o tempo com atividades mais úteis para o nosso país? Não o fazem por causa da corrupção: seja na tentativa de expurgar os culpados do congresso, seja na tentativa da auto defesa, o congresso hoje trabalha em função da corrupção. Qual o custo disso para a Nação? O custo é uma legislação antiquada, que não protege o cidadão das investidas do poder econômico. O custo é o abandono das estradas, dos aeroportos e dos portos. Em vez de trabalhar, legislar e se ocupar com o desenvolvimento do país, os políticos estão ocupados com a corrupção.
Dessa forma, é possível dizer, sem sombra de dúvida, que a corrupção é a grande culpada pelos dois grandes acidentes aéreos que aconteceram em nosso país em menos de um ano. Também é a corrupção culpada por todos aqueles acidentes que ocorreram em nossas estradas por falta de condições de tráfego. Também é a corrupção a culpada pela falta de remédios e leitos nos hospitais. Também é a corrupção a culpada pela falta de escolas para nossas crianças. Também é a corrupção a culpada pela falta de moradia, esgoto, água potável e energia elétrica...
A corrupção chegou a tal ponto, que hoje prejudica a vida de todos os brasileiros. Quantos aviões ainda precisarão cair? Quantas crianças ainda devem morrer de fome e por falta de atendimento nos hospitais? Quantos cidadãos brasileiros ainda precisam ver a vida passar sem futuro, sem escola, sem trabalho e sem pão para que estejamos profundamente indignados com toda esta situação?
È necessário iniciar uma revolução contra a corrupção. É preciso que todos os envolvidos com a corrupção sejam punidos pela lei.
É preciso que nosso povo acorde e tome as ruas, bata latas, mostre a sua indignação, faça greve, paralise o trânsito, bloqueie os aeroportos para mostrar que o povo brasileiro não aceita mais essa palhaçada política. Esta terra é nossa, é do povo, e não dos corruptos. É PRECISO INICIAR UMA REVOLUÇÃO CONTRA A CORRUPÇÃO!
(*Francisco Emílio Surian é teólogo e mestre em comunicação social pela USP)
Leia mais:
O custo da corrupção
A corrupção consome R$ 9,68 bilhões por ano do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, isto é, quase a metade dos R$ 20 bilhões que representam o total de investimentos previstos no orçamento federal de 2006. Com o valor subtraído anualmente dos cofres públicos municipais, estaduais e federais, seria possível construir 538 mil casas populares, que poderiam propiciar moradia de boa qualidade a 2,1 milhões de brasileiros.
A estimativa é do professor Marcos Fernandes, coordenador da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e autor de A Economia Política da Corrupção no Brasil. Segundo ele, o impacto da corrupção nas contas públicas corresponde a 0,5% do PIB, que em 2005 atingiu R$ 1,93 trilhão. O cálculo confronta os índices de percepção da corrupção mundial divulgados pela Transparência Internacional com os índices de produtividade nacional (deduzidos os custos ocultos de transação, que ele chama de "custos de despachante").(Andrea Vianna - Fonte: http://www.congressoemfoco.com.br/Noticia.aspx?id=5261)
As obras em Congonhas
As obras na pista principal do Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, começaram por volta das 0h30 desta segunda-feira (14). No mesmo horário, a pista foi interditada para pousos e decolagens e deverá ser liberada em 45 dias. No entanto, os serviços continuarão por mais 90 dias para a execução de obras complementares, fora do horário operacional do aeroporto.
Nesta primeira fase da obra, será efetuada a recuperação geométrica de extensão da pista de pouso e decolagem, com a correção das declividades transversais e longitudinais. Já na segunda fase, os serviços serão realizados durante a madrugada, sem a interdição da pista. Nessa fase haverá a complementação dos trechos das pistas de táxi, área onde as aeronaves realizam manobras, nas alças de interligação das duas pistas, principal e auxiliar. O custo da obra será de aproximadamente R$ 19 milhões. (Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL36091-5605,00.html )
segunda-feira, 16 de julho de 2007
LA ELIMINACION DE LA POBREZA ES UN COMPROMISO MORAL
CIUDAD DEL VATICANO, 14 JUL 2007 (VIS).-Hoy se hizo público el discurso del arzobispo Silvano Tomasi, observador permanente de la Santa Sede ante la Oficina de las Naciones Unidas e Instituciones Internacionales en Ginebra, durante la Sesión de Fondo 2007 del Consejo Económico Social de las Naciones Unidas (ECOSOC).
En su discurso, pronunciado el pasado 4 de julio, el arzobispo Tomasi afirmó que "si la comunidad internacional quiere lograr un desarrollo humano integral debe seguir esforzándose para afrontar la situación de las personas que se hallan atrapadas por la pobreza y buscar nuevos modos y medios para liberarlas de sus consecuencias destructivas".
"La eliminación de la pobreza -continuó- requiere una integración entre los mecanismos que producen riqueza y los mecanismos para la distribución de sus beneficios a nivel internacional, regional y nacional".
El observador permanente señaló que "los proyectos de las instituciones multilaterales y países desarrollados para reducir la pobreza y mejorar el crecimiento en las regiones pobres (...) han hecho algún progreso, aunque limitado".
Tras poner de relieve que "la eliminación de la pobreza es un compromiso moral", el arzobispo concluyó afirmando que "las diferentes religiones y culturas consideran este objetivo la tarea más importante porque libera a las personas de mucho sufrimiento y marginación, las ayuda a vivir juntas y en paz, y proporciona a los individuos y a las comunidades la libertad para proteger su dignidad y contribuir activamente en el bien común".
DELSS/POBREZA/TOMASI:GINEBRA VIS 070716 (250)
sábado, 30 de junho de 2007
Congresso brasileiro é o que mais pesa no bolso da população, em comparação com Parlamentos de onze países
O Congresso brasileiro é o mais caro por habitante, segundo levantamento da Transparência Brasil sobre os Orçamentos do Legislativo federal em 11 outros países. Apenas o Congresso dos Estados Unidos é mais caro que o brasileiro, mas ainda assim pesa menos no bolso de cada cidadão do país.
A pesquisa da Transparência Brasil comparou o orçamento do Congresso brasileiro com os da Alemanha, Argentina, Canadá, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália, México e Portugal.
Em 2007, o Brasil destinou para a manutenção do mandato de cada um de seus 594 parlamentares federais quase quatro vezes a média do gasto dos parlamentos europeus e do canadense. Pelos padrões europeus de gasto parlamentar, o orçamento do Congresso brasileiro - equivalente a R$ 11.545,04 por minuto - poderia manter o mandato de 2.556 integrantes.
Se for levado em conta o custo absoluto do Congresso brasileiro por habitante (R$ 32,49), ele seria o terceiro mais caro do mundo, atrás do italiano (R$ 64,46) e do francês (R$ 34,00). O Brasil fica mais caro, porém, se for calculado o peso desse custo no bolso de cada habitante por duas medidas importantes para comparar economias nacionais - o salário mínimo e o PIB per capita. No Brasil, gasta-se dez vezes, em relação ao salário mínimo, o que se gasta na Alemanha ou no Reino Unido. Comparado ao PIB per capita, o gasto nacional é mais de oito vezes maior que o espanhol.
O mandato de cada parlamentar brasileiro custa hoje 2.068 salários mínimos - mais que o dobro do que ocorre no México, segundo colocado entre os países pesquisados, e 37 vezes o gasto proporcional ao salário mínimo registrado na Espanha.
Embora não tenham sido levantados neste estudo os custos diretos do mandato - salário, benefícios, assessores e verbas indenizatórias -, é possível comparar os gastos verificados na Câmara dos Deputados (R$ 101 mil mensais) aos da Câmara dos Comuns britânica (R$ 600 mil por ano). Cada parlamentar brasileiro consome mais do que o dobro de um parlamentar de um país em que a renda per capita e o custo de vida são muito superiores aos do Brasil.
Mesmo se não houvesse Senado - a Casa mais cara do mundo por membro, segundo o levantamento -, o Brasil ainda teria um dos Legislativos mais caros existentes. O Orçamento de um Congresso unicameral seria menor que o do Parlamento italiano, o terceiro da lista.
O levantamento reforça a percepção de que os integrantes das Casas legislativas brasileiras perderam a noção de proporção entre o que fazem e o país em que vivem.
A íntegra do levantamento pode ser encontrada aqui.
segunda-feira, 25 de junho de 2007
DEMOCRACIA E ÉTICA
Nota da CNBB sobre o momento político nacional |
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Segue a nota da CNBB sobre o momento político atual, aprovada dia 21 de junho, durante a Reunião do Conselho Permanente. Nota da CNBB sobre o momento político nacional Nós, Bispos do Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), acompanhamos, perplexos, com todo o povo brasileiro, o momento político atual. São freqüentes as denúncias de corrupção em várias instâncias dos Três Poderes. Cresce a indignação ética diante da violação de valores fundamentais para a sociedade. A ambição desmedida de riqueza e de poder leva à corrupção. A denúncia do profeta Isaías vale também hoje: "eles gostam de subornos, correm atrás de presentes; não fazem justiça ao órfão e a causa da viúva nem chega até eles" (Is 1,23). Por isso, as palavras do apóstolo Paulo são apropriadas para este momento: "Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem" (Rm 12,21). A corrupção e a impunidade estão levando o povo ao descrédito na ação política e nas instituições, enfraquecendo a democracia. A crise, decorrente da falta de consciência moral, é estimulada pela ganância e marcada pelos corporativismos históricos, que utilizam as estruturas de poder para benefício próprio e de grupos. Os empobrecidos são os mais prejudicados com o desvio das verbas públicas. Os poderes constituídos precisam assumir sua responsabilidade diante da corrupção e da impunidade. Urge também uma profunda reforma do atual sistema político, não limitada à revisão do sistema eleitoral. É necessário aprimorar os mecanismos da democracia representativa e favorecer a democracia participativa; a regulamentação do Art. 14 da Constituição Federal oferece esta possibilidade de participação por meio de referendos, plebiscitos e conselhos. A experiência de participação popular na política é uma conquista e um patrimônio precioso da sociedade. O povo brasileiro precisa recuperar a esperança. A credibilidade e a legitimidade de nossas instituições serão asseguradas pela apuração da verdade dos fatos, pela restituição dos bens públicos apropriados ilicitamente e pela punição dos delituosos. Queremos estimular os cristãos que, em nome da sua fé, se engajam no mundo da política, dizendo-lhes que vale a pena dedicar-se à nobre causa do bem comum. O exercício responsável da cidadania é um imperativo ético para todos. Conclamamos as pessoas de boa vontade e as organizações da sociedade a se posicionarem com coragem, repudiando os desmandos e a impunidade, construindo uma convivência social sadia e velando pelo exercício do poder com honestidade. Esta crise política poderá se tornar uma ocasião de amadurecimento das instituições democráticas do País, se levar a um comprometimento maior com a verdade que nos liberta e com a luta por um Brasil justo, solidário e livre, onde "justiça e paz se abraçarão" (Sl 85,11). Brasília, 21 de junho de 2007. Arcebispo de Mariana Presidente da CNBB |
sexta-feira, 22 de junho de 2007
Regenerar a política
Regenerar a política |
Neste final de semana o Conselho de Leigos da diocese de Jales reúne vereadores, para um encontro de reflexão. Assuntos não faltam. A região se vê na iminência de se transformar num grande canavial, tal o ímpeto de implantação de novas usinas para a produção de álcool, bafejado pelos ventos favoráveis dos agrocombustíveis. E está na ordem do dia a reforma política, colocada agora em votação na Câmara Federal. Os vereadores deveriam ser os primeiros interessados nesta reforma. Pois a política tem o seu nascedouro nos municípios. Como no plantio da cana é urgente preservar as nascentes e os córregos, protegendo-os com matas ciliares, assim na política. Se queremos que ela retome vitalidade, é preciso começar por suas raízes. Elas se encontram na participação cidadã em torno das políticas públicas municipais. Ao seu redor é possível estruturar, de maneira organizada, a articulação dos eleitores em torno de causas públicas, que são de interesse comum. Aí nasce a verdadeira política, que pode ir ampliando seu campo de ação, até abranger o âmbito dos respectivos estados e a federação. Desta maneira, o bem público se tornaria o eixo estruturador da aplicação dos recursos estatais, e se tornaria o antídoto contra a permanente tentação da apropriação indébita desses recursos para interesses particulares, que se traduz na corrupção, que possui um incentivo inato para se desenvolver na medida em que, exatamente, definha a articulação consciente e organizada dos cidadãos em torno das causas públicas. Quanto menor a participação política dos eleitores, tanto maior o espaço de corrupção. Se queremos estancar a corrupção, não basta punir os corruptos. E' preciso ocupar os espaços públicos com políticas adequadas de aplicação dos recursos estatais para causas de verdadeiro interesse comum, definido a partir da formulação conjunta de objetivos públicos. Aí tomam sentido os partidos, que se tornariam protagonistas legítimos da articulação política dos cidadãos. A reforma política ora em discussão tem o seu foco na Câmara Federal. A tentativa é aprovar uma reforma que não precise alterar a Constituição, dada a dificuldade de conseguir o quórum requerido para mudanças constitucionais. A grande preocupação é definir a maneira de eleger os deputados federais. A proposta mais próxima de um consenso consiste na votação em listas, que os partidos elaborariam, deixando aos eleitores a opção de votarem numa das listas propostas. Se isto conduzir para o fortalecimento dos partidos, valeria a pena. Mas dá arrepio pensar que as "listas fechadas" acabarão fortalecendo o caciquismo partidário, matando a participação popular. São evidentes as limitações de uma reforma que não tem a disposição de mudanças fundamentais, pelo medo de enfrentar o quórum constitucional. Corre o risco de parecer mero arranjo conjuntural, para contornar o crescente descrédito do legislativo, em decorrência dos freqüentes escândalos de corrupção que vêm à tona. Do Senado às Câmaras municipais, a política se transformou em escola de barganha do dinheiro público. Desta maneira, perde eficácia o Estado, as instituições se corrompem, e quem leva prejuízo é o povo. Por mais importante que seja a composição das representações políticas, que se traduzem na composição do Senado e da Câmara Federal, das Assembléias Legislativas e das Câmaras de Vereadores, se não crescer a participação direta e permanente dos eleitores, a política continua exposta às múltiplas formas de corrupção que sempre encontram maneiras de se concretizarem. Com Nicodemos Jesus foi radical. "E' preciso nascer de novo". Está na hora de regenerar por completo a política. Este o verdadeiro objetivo da reforma, que não deveria se limitar a meros arranjos eleitorais. Dom Demétrio Valentini - Bispo de Jales-SP 22/06/2007 |
sexta-feira, 1 de junho de 2007
MENSAGEM DA V CONFERÊNCIA GERAL AOS POVOS DA AMÉRICA LATINA E DO CARIBE
De 13 a 31 de maio de 2007 estivemos reunidos na V Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, inagurada com a presença e a palavra do Santo Padre Bento XVI.
Nos nossos trabalhos, realizados em ambiente de fervente oração, fraternidade e comunhão afetiva, buscamos dar continuidade ao caminho de renovação percorrido pela Igreja católica desde o Concilio Vaticano e nas anteriores quatro Conferências Gerais do Episcopado Latino-americano e do Caribe.
Ao terminar esta V Conferência lhes anunciamos que asumimos o desafio de trabalhar para dar um novo impulso e vigor à nossa missão em e a partir da América Latina e Caribe.
1. Jesus Caminho, Verdade e Vida.
" Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida " (Jo 14,6)
Diante dos desafios que nos propõe esta nova época na que estamos imersos, renovamos a nossa fé, proclamando com alegria a todos os homens e mulheres do nosso continente: Somos amados e remidos em Jesus, Filho de Deus, o Ressuscitado vivo no meio de nós; por Ele podemos ser livres do pecado, de toda escravidão e viver em justiça e fraternidade. Jesus é o caminho que nos permite descobrir a verdade e alcançar a plena realização de nossa vida!
2. Chamados ao seguimento de Jesus.
" Foram, viram onde vivia, e permaneceram com ele " (Jo 1,39)
O primeiro convite que Jesus faz a toda pessoa que viveu o encontro com Ele é o de ser seu discípulo, para colocar os seus passos sobre as suas pegadas e formar parte da sua comunidade. A nossa maior alegria é ser seus discípulos! Ele chama cada um de nós pelo próprio nome, conhecendo profundamente a nossa história (cf. Jo 10,3), para conviver com Ele e enviar-nos a continuar a sua missão (cf. Mc 3, 14-15).
Sigamos o Senhor Jesus! Discípulo é aquele que, tendo respondido a este chamado, o segue passo a passo pelos caminhos do Evangelho. No seguimento, ouvimos e vemos o acontecer do Reino de Deus, a conversão de cada pessoa, ponto de partida para a transformação da sociedade e se abrem para nós os caminhos da vida eterna. Na escola de Jesus aprendemos uma "vida nova", dinamizada pelo Espírito Santo e refletida nos valores do Reino.
Identificados com o Mestre, a nossa vida é movida pelo impulso do amor e no serviço aos demais. Este amor implica uma contínua opção e discernimento para seguir o caminho das Bem-aventuranças (cf. Mt 5, 3-12; Lc 6, 20-26). Não temamos a cruz que supõe a fidelidade ao seguimento de Jesus Cristo, pois ela está iluminada pela luz da Ressurreição. Desta forma, como discípulos, abrimos caminhos de vida e esperança para nossos povos que sofrem pelo pecado e por todo tipo de injustiças.
O chamado a ser discípulos-missionários exige de nós uma decisão clara por Jesus e seu Evangelho, coerência entre a fé e a vida, encarnação dos valores do Reino, inserção na comunidade, e ser sinal de contradição e novidade em um mundo que promove o consumismo e desfigura os valores que dignificam o ser humano. Em um mundo que se fecha ao Deus do amor, somos uma comunidade de amor, não do mundo, mas no mundo e para o mundo (cf. Jo 15, 19; 17, 14-16)!
3. O discipulado missionário na pastoral da Igreja
" Ide e fazei discípulos todos os povos " (Mt 28,19)
Constatamos como o caminho do discipulado missionário é fonte de renovação da nossa pastoral no Continente e novo ponto de partida para a Nova Evangelização dos nossos povos.
Uma Igreja que se faz discípula
Da parábola do Bom Pastor aprendemos a ser discípulos que se alimentam da Palavra: "As ovelhas o seguem porque conhecem sua voz" (Jo 10,4). Que a Palavra de Vida (cf. Jo 6, 63) saboreada na Leitura Orante e a celebração e vivência do dom da Eucaristia nos transformem e nos revelem a presença viva do Ressuscitado que caminha conosco e atua na história.
Com firmeza e decisão continuaremos exercendo a nossa tarefa profética discernindo onde está o caminho da verdade e da vida. Levantando a nossa voz nos espaços sociais dos nossos povos e cidades, especialmente a favor dos excluídos da sociedade. Queremos estimular a formação de políticos e legisladores cristãos para que contribuam na construção de uma sociedade justa e fraterna, de acordo com os princípios da Doutrina Social da Igreja.
Uma Igreja formadora de discípulos e discípulas
Todos na Igreja estamos chamados a ser discípulos e missionários. É necessário formar-nos e formar todo o Povo de Deus para cumprir com responsabilidade e audácia esta tarefa.
A alegria de ser discípulos e missionários se percebe de modo especial onde fazemos comunidade fraterna. Estamos chamados a ser Igreja de braços abertos, que sabe acolher e valorizar cada um de seus membros. Por isso, alentamos os esforços que são feitos nas paróquias para ser "casa e escola de comunhão", animando e formando pequenas comunidades e comunidades eclesiais de base, assim como nas associações de leigos, movimentos eclesiais e novas comunidades.
Propomo-nos reforçar a nossa presença e proximidade. Por isso, em nosso serviço pastoral, convidamos a dedicar mais tempo a cada pessoa, escutá-la, estar ao seu lado nos seus acontecimentos importantes e ajudar a buscar com ela as respostas às suas necessidades. Façamos que todos, ao ser valorizados, possam sentir-se na Igreja como em sua própria casa.
Ao reafirmar o compromisso com a formação de discípulos e missionários, esta Conferência se propôs atender com mais cuidado as etapas do primeiro anúncio, a iniciação cristã e o amadurecimento na fé. A partir do fortalecimento da identidade cristã, ajudemos a cada irmão e irmã a descubrir o serviço que o Senhor lhe pede na Igreja e na sociedade.
Em um mundo sedento de espiritualidade e conscientes da centralidade que ocupa a relação com o Senhor na nossa vida de discípulos, queremos ser uma Igreja que aprende a rezar e ensina a rezar. Uma oração que nasce da vida e do coração e é ponto de partida de celebrações vivas e participativas que animam e alimentam a fé.
4. Discipulado missionário ao serviço da vida
" Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância " (Jo 10,10).
Do cenáculo de Aparecida nos dispomos a empreender uma nova etapa de nosso caminhar pastoral declarando-nos em missão permanente . Com o fogo do Espírito vamos inflamar de amor o nosso Continente: "Recebereis a força do Espírito Santo que virá sobre vós, e sereis minhas testemunhas… até os confins da terra" (At 1,8).
Em fidelidade ao mandato missionário
Jesus convida todos a participar de sua missão. Que ninguém fique de braços cruzados. Ser missionário é ser anunciador de Jesus Cristo com criatividade e audácia em todos os lugares onde o Evangelho não foi suficientemente anunciado ou acolhido, especialmente nos ambientes difíceis e esquecidos e além de nossas fronteiras.
Como fermento na massa
Sejamos missionários do Evangelho não só com a palavra, mas principalmente com a nossa própria vida, entregando-a no serviço, inclusive até o martírio.
Jesus começou sua missão formando uma comunidade de discípulos missionários, a Igreja, que é o início do Reino. Sua comunidade também foi parte do seu anúncio. Inseridos na sociedade, façamos visível o nosso amor e solidariedade fraterna (cf. Jo 13,35) e promovamos o diálogo com os diversos atores sociais e religiosos. Em uma sociedade cada vez mais plural, sejamos integradores de forças na construção de um mundo mais justo, reconciliado e solidário.
Servidores da mesa partilhada
As agudas diferenças entre ricos e pobres nos convidam a trabalhar com maior empenho para ser discípulos que sabem partilhar a mesa da vida, mesa de todos os filhos e filhas do Pai, mesa aberta, inclusiva, na qual não falte ninguém. Por isso reafirmamos nossa opção preferencial e evangélica pelos pobres.
Nos comprometemos a defender os mais fracos, especialmente as crianças, os enfermos, os incapacitados, os jovens em situações de risco, os anciões, os presidiários, os migrantes. Velamos pelo respeito ao direito que têm os povos de defender e promover "os valores subjacentes em todos os estratos sociais, especialmente nos povos indígenas" (Bento XVI, Discurso em Guarulhos No. 4). Queremos contribuir para garantir condições de vida digna: saúde, alimentação, educação, moradia e trabalho para todos.
A fidelidade a Jesus exige de nós combater os males que causam dano ou destroem a vida, como o aborto, as guerras, o seqüestro, a violência armada, o terrorismo, a exploração sexual e o narcotráfico.
Convidamos todos os dirigentes de nossas nações a defender a verdade e a velar pelo inviolável e sagrado direito à vida e à dignidade da pessoa humana, da concepção até a morte natural.
Colocamos à disposição de nossos países os esforços pastorais da Igreja para contribuir na promoção de uma cultura da honestidade que repare a raiz das diversas formas de violência, enriquecimento ilícito e corrupção.
Em coerência com o projeto do Pai criador, convocamos todas as forças vivas da sociedade para cuidar da nossa casa comum, a Terra, ameaçada de destruição. Queremos favorecer um desenvolvimento humano e sustentável, baseado na justa distribuição das riquezas e na comunhão dos bens entre todos os povos.
5. Rumo a um continente da vida, do amor e da paz
"Nisto conhecerão todos que são discípulos meus" (Jo 13,35)
Nós, participantes na V Conferência Geral em Aparecida e junto com toda a Igreja "comunidade de amor", queremos abraçar todo o continente para transmitir-lhe o amor de Deus e o nosso. Desejamos que este abraço alcance também o mundo inteiro.
Ao terminar a Conferência de Aparecida, no vigor do Espírito Santo, convocamos todos os nossos irmãos e irmãs para que, unidos, com entusiasmo, realizemos a Grande Missão Continental. Será um novo Pentecostes que nos impulsione a ir, de modo especial, em busca dos católicos afastados e dos que pouco ou nada conhecem Jesus Cristo, para que formemos com alegria a comunidade de amor do nosso Deus e Pai. Missão que deve chegar a todos, ser permanente e profunda.
Com o fogo do Espírito Santo, avancemos construindo com esperança a nossa história de salvação no caminho da evangelização, tendo em torno a nós tantas testemunhas (cf. Hb 12, 1), que são os mártires, santos e beatos do nosso continente. Com o seu testemunho nos mostraram que a fidelidade vale a pena e é possível até o fim.
Unidos a todo o povo orante, confiamos a Maria, Mãe de Deus e Mãe nossa, primeira discípula e missionária ao serviço da vida, do amor e da paz, invocada sob os títulos de Nossa Senhora Aparecida e de Nossa Senhora de Guadalupe, o novo impulso que brota a partir de hoje em toda a América Latina e Caribe, sob o sopro do novo Pentecostes para a nossa Igreja a partir desta V Conferência que aqui celebramos.
Em Medellín e em Puebla terminamos dizendo: "CREMOS". Em Aparecida, como o fizemos em Santo Domingo , proclamamos com todas as nossas forças: CREMOS E ESPERAMOS.
Esperamos…
Ser uma Igreja viva, fiel e crível, que se alimenta na Palavra de Deus e na Eucaristia.
Viver o nosso ser cristão com alegria e convicção como discípulos-missionários de Jesus Cristo.
Formar comunidades vivas que alimentem a fé e impulsionem a ação missionária.
Valorizar as diversas organizações eclesiais em espírito de comunhão.
Promover um laicato amadurecido, corresponsável com a missão de anunciar e fazer visível o Reino de Deus.
Impulsionar a participação ativa da mulher na sociedade e na Igreja.
Manter com renovado esforço a nossa opção preferencial e evangélica pelos pobres.
Acompanhar os jovens na sua formação e busca de identidade, vocação e missão, renovando a nossa opção por eles.
Trabalhar com todas as pessoas de boa vontade na construção do Reino.
Fortalecer com audácia a pastoral da família e da vida.
Valorizar e respeitar nossos povos indígenas e afro-descendentes.
Avançar no diálogo ecuménico "para que todos sejam um", como também no diálogo inter-religioso.
Fazer deste continente um modelo de reconciliação, de justiça e de paz.
Cuidar da criação, casa de todos, em fidelidade ao projeto de Deus.
Colaborar na integração dos povos da América Latina e do Caribe.
Que este Continente da esperança seja também o Continente do amor, da vida e da paz!
Aparecida – Brasil, 29 de maio de 2007.
(fonte:www.br.celam.info)
quarta-feira, 23 de maio de 2007
Mário Soares: o futuro da democracia depende da seriedade das políticas públicas
As plutocracias às quais se referiu o líder socialista dizem respeito a um regime onde o dinheiro tem mais peso do que os princípios legais que alicerçam a democracia. Lembrou declaração do ex-primeiro-ministro da França, Lionel Jospin: ‘economia de mercado sim, desde que controlada pelo poder do Estado’. Porque numa democracia, o único império que deve existir é o da lei”, frisou Soares.
(fonte: http://www.portugaldigital.com.br/sis/noticia.kmf?noticia=6117539&canal=159)
segunda-feira, 21 de maio de 2007
Esquema Temático de Trabalho para Documento da V Conferência
O25/21-05-07 Esquema Temático de trabajo para Documento |
Presentamos a continuación el esquema temático de trabajo para el documento con la enumeración de temas y algunos aspectos a considerar en ellos: 1. El Hoy de América Latina y El Caribe: el cambio de época; situación sociocultural; daño ecológico; economía y globalización; situación política; culturas indígenas y afro descendientes; la Iglesia en este tiempo. 2. La alegría de ser discípulos y misioneros de Jesucristo: Iniciativa de Dios Padre; el Don de Jesucristo; Fraternidad Humana; Destino universal de los bienes; creación y responsabilidad ecológica; el Don de la Palabra; dignidad humana; familia; vida; esperanza. 3. Nuestra Vocación de discípulos y misioneros: Vocación a la santidad; Cristo viene a nuestro encuentro; configuración con él; asumir la cruz y seguimiento; anuncio del Reino; espiritualidad; diversas vocaciones. 4. La comunidad de los discípulos misioneros de Jesucristo: Llamado a la comunión; comunión Trinitaria; Iglesia escuela y casa de comunión; dones ministerios y carismas; lugares y estructuras de comunión; religiosidad popular; diálogo ecuménico e interreligioso; comunión de los santos. 5. El itinerario de los discípulos misioneros: Espiritualidad Trinitaria; Cristo camino, verdad y vida; docilidad al Espíritu Santo; lugares y momentos de encuentro con Jesucristo; espiritualidad y vivencia de la justicia; la Virgen Maria y los Santos; formación de los discípulos; catequesis; acompañamiento espiritual; educación católica; seminarios; formación permanente; movimientos eclesiales. 6. La misión de los discípulos misioneros: La vida nueva en Cristo, misión continental; familia; la vida desvalida y amenazada; jóvenes; justicia; cuidado de la creación; medios de comunicación social; los pobres y excluidos. 7. Conversión Pastoral y diversas áreas de tarea pastoral: Estructuras eclesiales; planes pastorales; misión ad gentes; pastoral de la cultura; pastoral urbana; universidades católicas. |
sexta-feira, 18 de maio de 2007
Papa reafirma importância da Doutrina Social
VATICANO, 18 May. 07 / 09:55 am (ACI).- Al recibir este mediodía a los obispos de la Conferencia Episcopal de Mali, con motivo de su visita "ad limina", el Papa Benedicto XVI sostuvo que "el compromiso de los fieles al servicio de la reconciliación, de la justicia y de la paz es un imperativo urgente" y resaltó la necesidad de "laicos competentes para servir al bien común".
El Papa subrayó la importancia de formar "laicos competentes para servir al bien común" y señaló que "la formación, cuyo conocimiento de la doctrina social de la Iglesia es un elemento esencial, debe tener en cuenta su compromiso en la vida civil, para que sean capaces de afrontar los desafíos cotidianos en los campos políticos, económicos, sociales y culturales".
Qual a diferença entre Encíclica e Constituição Apostólica?
- Constituição Apostólica: Documento da maior importância que define princípios doutrinários, verdades de fé ou estabelece normas canônicas (jurídicas);
- Bula: (selo de ouro, prata ou chumbo pendente de documentos emitidos por Papas ou Reis). Documento que estabelece definições em matéria de fé. É também o documento de criação de uma diocese ou de nomeação de bispos ou de proclamação de comemorações especiais, como o ano santo. Leva uma bola de chumbo com o selo pontifício;
- Motu proprio: A expressão latina significa "por próprio impulso, de própria inspiração". Estabelece diretrizes práticas sobre determinado aspecto da vida eclesial;
- Carta Encíclica ou só Encíclica: Documento dirigido aos Bispos e fiéis e também a todas as pessoas de boa vontade, de caráter mais doutrinal, sobre fundamentos da fé, da moral ou princípios da Doutrina Social da Igreja;
- Exortação Apostólica: Documento do Papa dirigido aos católicos, de valor semelhante ao da encíclica, mas de natureza mais pastoral (com destaque à vida cristã e à animação das comunidades);
- Carta Apostólica: Documento dirigido a uma pessoa ou a um grupo determinado, embora a intenção seja normalmente universal.
(http://www.franciscanos.org.br/nossaorigem/especiais/papa/14_curiosidade.htm)
quarta-feira, 16 de maio de 2007
CARTA ENCÍCLICA DO PAPA JOÃO XXIII - PACEM IN TERRIS
20. Da dignidade da pessoa humana deriva também o direito de exercer atividade econômica com senso de responsabilidade.(10) Ademais, não podemos passar em silêncio o direito a remuneração do trabalho conforme aos preceitos da justiça; remuneração que, em proporção dos recursos disponíveis, permita ao trabalhador e à sua família um teor de vida condizente com a dignidade humana. A esse respeito nosso predecessor de feliz memória Pio XII afirma: "Ao dever pessoal de trabalhar, inerente à natureza, corresponde um direito igualmente natural, o de poder o homem exigir que das tarefas realizadas lhe provenham, para si e seus filhos, os bens indispensáveis à vida: tão categoricamente impõe a natureza a conservação do homem".(11)
17 de maio de 2007 por Maria Aparecida de Freitas Ribeiro
CARTA ENCÍCLICA DE JOÃO PAULO II (1981.09.14)
Tudo o que foi dito em precedência sobre a dignidade do trabalho e sobre a dimensão objectiva e subjectiva do trabalho do homem, tem aplicação directa ao problema do trabalho agrícola e à situação do homem que cultiva a terra no duro trabalho dos campos. Trata-se, efectivamente, de um sector muito vasto do âmbito do trabalho do nosso planeta, não circunscrito a um ou a outro dos continentes e não limitado àquelas sociedades que já atingiram um certo nível de desenvolvimento e de progresso. O mundo agrícola, que proporciona à sociedade os bens necessários para a sua sustentação quotidiana, reveste-se de uma importância fundamental. As condições do mundo rural e do trabalho agrícola não são iguais em toda a parte e as situações sociais dos trabalhadores agrícolas são diferentes nos diversos países. E isso não depende somente do grau de desenvolvimento da técnica agrícola, mas também, e talvez mais ainda, do reconhecimento dos justos direitos dos trabalhadores agrícolas e, enfim, do nível de consciência daquilo que concerne a toda a ética social do trabalho.
O trabalho dos campos reveste-se de não leves dificuldades, como sejam o esforço físico contínuo e por vezes extenuante, o pouco apreço em que é tido socialmente, a ponto de criar nos homens que se dedicam à agricultura a sensação de serem socialmente marginalizados e de incentivar no seu meio o fenómeno da fuga em massa do campo para as cidades e, infelizmente, para condições de vida ainda mais desumanizantes. A isto acrescente-se a falta de formação profissional adequada, a falta de utensílios apropriados, um certo individualismo rastejante e, ainda situações objectivamente injustas. Em certos países em vias de desenvolvimento, há milhões de homens que se vêem obrigados a cultivar as terras de outros e que são explorados pelos latifundiários, sem esperança de alguma vez poderem chegar à posse nem sequer de um pedaço mínimo de terra « como sua propriedade ». Não existem formas de protecção legal para a pessoa do trabalhador agrícola e para a sua família, no caso de velhice, de doença ou de falta de trabalho. Longas jornadas de duro trabalho físico são pagadas miseramente. Terras cultiváveis são deixadas ao abandono pelos proprietários; títulos legais para a posse de um pequeno pedaço de terra, cultivado por conta própria de há anos, são preteridos ou ficam sem defesa diante da « fome da terra » de indivíduos ou de grupos mais potentes. E mesmo nos países economicamente desenvolvidos, onde a investigação científica, as conquistas tecnológicas ou a política do Estado levaram a agricultura a atingir um nível muito avançado, o direito ao trabalho pode ser lesado quando se nega ao camponês a faculdade de participar nas opções decisionais respeitantes ao trabalho em que presta os seus serviços, ou quando é negado o direito à livre associação visando a justa promoção social, cultural e económica do trabalhador agrícola.
Em muitas situações, portanto, são necessárias mudanças radicais e urgentes, para restituir à agricultura — e aos homens dos campos — o seu justo valor como base de uma sã economia, no conjunto do desenvolvimento da comunidade social. É por isso que se impõe proclamar e promover a dignidade do trabalho, de todo o trabalho, especialmente do trabalho agrícola, no qual o homem de maneira tão expressiva « submete a terra », recebida de Deus como dom, e afirma o seu « domínio » no mundo visível. (por Basiliano Lucas Ribeiro em 17/05/2007)
segunda-feira, 14 de maio de 2007
Aos alunos do 2º Ano do Instituto Beato Anchieta
Alguns têm relatados problemas com suas postagens: Vejam passo a passo
Em baixo desse quadro há a palavra "comentários"
1. Clic sobre a palavra comentários
2. Uma nova janela se abre. Está escrito "Faça seu comentário"
3. No quadrado grande coloque o texto que você escolheu
4. Logo em seguida NO MESMO QUADRO coloque o seu nome, para que ele apareça junto a sua mensagem
5. Escolha uma das opções. Se tiver dificuldades envie como anônimo, pois seu nome já está junto ao texto.
Bom trabalho. Algumas das constribuições dos alunos já estão na tela.
domingo, 13 de maio de 2007
LABOREM EXERCENS
(1981 - Papa João Paulo II Carta Encíclica "LABOREM EXERCENS" sobre o Trabalho Humano no 90º aniversário da "RERUM NOVARUM")
10 de Maio de 2007 17:16 por Elizete
NOVO MILLENNIO INEUNTE
Carta Apostólica NOVO MILLENNIO INEUNTE DO SUMO PONTÍFICIE JOÃO PAULO II.
10 de Maio de 2007 14:20 por Carlos Hissato
CARTA ENCÍCLICA DO PAPA JOÃO XXIII PACEM IN TERRIS
(CARTA ENCÍCLICA DO PAPA JOÃO XXIII PACEM IN TERRIS A PAZ DE TODOS OS POVOSNA BASE DA VERDADE, JUSTIÇA, CARIDADE E LIBERDADE)
10 de Maio de 2007 13:42 por Cláudia
CARTA APOSTÓLICA NOVO MILLENNIO INEUNTE
(CARTA APOSTÓLICA NOVO MILLENNIO INEUNTE DO SUMO PONTÍFICE JOÃO PAULO II AO EPISCOPADO, AO CLERO E AOS FIÉIS NO TERMO DO GRANDE JUBILEU DO ANO 2000)
9 de Maio de 2007 23:57 por Maria Célia
Carta Apostólica NOVO MILLENNIO INEUNTE
(2000 - Carta Apostólica NOVO MILLENNIO INEUNTE do Papa João Paulo II sobre os dois mil anos do nascimento de Jesus)
9 de Maio de 2007 23:45 por Rose Peres
Exortação Apostólica EVANGELLI NUNTIANDI
(1975 - Exortação Apostólica EVANGELLI NUNTIANDI do Papa Paulo VI sobre a Evangelização no Mundo Contemporâneo).
8 de Maio de 2007 18:15 por Ariane Zoby
quinta-feira, 10 de maio de 2007
A Reforma Política é urgente
Ainda na coletiva, d. Angélico e os bispos d. Itamar Vian, de Feira de Santana ( BA), e d. Orani Tempesta, de Belém (PA), abordaram a questão da reforma agrária. Para eles, o programa deveria ser acelerado para atender melhor aos interesses do povo e não de grupos econômicos. (fonte: http://txt.estado.com.br)
quarta-feira, 9 de maio de 2007
DECLARAÇÃO SOBRE O MOMENTO POLÍTICO NACIONAL
Reunidos em Itaici (SP), por ocasião da 45 a Assembléia Geral da CNBB, de 01 a 09 de maio de 2007, como discípulos de Jesus Cristo e Pastores da Igreja Católica, estamos solidários com o nosso povo, sobretudo com os pobres e sofredores, em suas alegrias e esperanças, tristezas e angústias. A V Conferência do Episcopado da América Latina e do Caribe, a realizar-se em Aparecida, de 13 a 31 de maio, tendo em sua abertura a presença do Papa Bento XVI, estimula a tão desejada integração na Pátria Grande, o "Continente da Esperança". As raízes históricas nos unem, as mesmas fontes culturais e religiosas nos unificam, os mesmos problemas éticos e sociais nos desafiam. Graves carências de ordem ética e política na vida pública na América Latina e no Caribe continuam inviabilizando uma vida digna de grande parte da sua população, interpelando-nos a buscar a sua superação, animados pela presença de Jesus Ressuscitado. O mundo de hoje vive a época do mercado em que prevalece o negócio, desconsiderando o seu custo social e ecológico. O aquecimento global, preocupação séria e fundada dos povos, exige mudanças nos padrões éticos e um estilo de vida mais sóbrio. No Brasil, a busca de energia com base no etanol não pode fazer-se em detrimento do equilíbrio ecológico, da reforma agrária e da soberania alimentar, o que contrastaria com a fraternidade e os direitos fundamentais da pessoa humana. Os indicadores sociais revelam que, no Brasil, os pobres estão sendo favorecidos por programas sociais governamentais. Entretanto, temos necessidades urgentes de avançar no caminho do desenvolvimento com inclusão e com justiça social, no campo e na cidade, para assegurar condições de vida digna. Merecem atenção especial os grupos sociais vítimas de discriminação: os povos indígenas, os afrodescendentes, os idosos, os encarcerados, as crianças, os enfermos, a maioria dos aposentados do INSS, os migrantes e refugiados, entre outros. A desvalorização da dignidade humana e a falta de critérios evangélicos e éticos estão na raiz da banalização da vida, levando à violência crescente em nosso País. Voltamos a condenar todas as tentativas de legalização do aborto e de manipulação de embriões humanos para fins terapêuticos. É preciso defender a vida desde a aurora da concepção até o seu natural ocaso. O Congresso Nacional passa pela crise de respaldo ético em sua atuação. Causa-nos também particular preocupação a existência de fortes indícios de corrupção em setores da Justiça, com a investigação de Magistrados e Procuradores a respeito da prática de ilícitos, o que pode propiciar a impunidade e a perda de confiança do povo. Urge uma Reforma Política que fortaleça a democracia direta e participativa, aperfeiçoe a democracia representativa e favoreça maior transparência do Poder Judiciário. Convidamos nossas comunidades eclesiais a participarem deste processo, conhecendo as propostas em questão, manifestando-se junto aos parlamentares, para que a Reforma Política se torne realidade. A redução da maioridade penal para 16 anos, já votada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, não representa uma resposta ao desafio da segurança; é paliativo que atinge os sintomas, não a raiz do problema da violência. O adolescente infrator precisa de medidas sócio-educativas. É fundamental o fortalecimento da democracia, com exigências éticas, tanto no campo político, quanto no econômico e social, por meio de reformas no Legislativo, no Executivo e no Judiciário, em nível Municipal, Estadual e Nacional. Reconhecemos as incontáveis iniciativas em favor da solidariedade, da justiça social e da paz. Estimulamos o empenho dos cristãos e de todas as pessoas de boa vontade na defesa incondicional e promoção da vida. A Virgem Maria, primeira discípula e evangelizadora, entre nós invocada como Senhora Aparecida, nos acompanhe no empenho por uma sociedade latino-americana e caribenha integrada, justa e solidária. Itaici, Indaiatuba-SP, 09 de maio de 2007.
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