quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Liturgia ilumina compromisso social, explica cardeal Bertone

Em uma carta, enviada em nome do Papa, à Semana Litúrgica Nacional Italiana

CIDADE DO VATICANO, terça-feira, 28 de agosto de 2007 ( ZENIT.org).- A liturgia não isola, mas ilumina o compromisso social do batizado, explica o cardeal Tarcisio Bertone, em uma carta enviada em nome de Bento XVI.

Com essa mensagem, o secretário de Estado quis fazer-se presente na Semana Litúrgica Nacional Italiana, que se desenvolverá de 27 a 31 de agosto em Espoleto, com o tema «Celebrar na cidade do homem».

«Para viver como cristãos, é necessário harmonizar a fidelidade pessoal a Cristo com a 'cidadania', ou seja, com o compromisso de estar presentes no mundo como suas testemunhas», explica o colaborador mais próximo do Papa na guia da Santa Sé.

«E toda celebração litúrgica – acrescenta –, ajuda a fazer uma leitura sapiencial da história e um discernimento atento dos acontecimentos, pois abre o espírito dos fiéis a essa perspectiva escatológica que permite atuar na cidade terrena olhando além do que é transitório, para vislumbrar a misteriosa presença do Ressuscitado.»

«Os cristãos, através dos séculos, souberam reconhecer tudo o que havia de bom, de verdadeiro, de belo, de positivo nas diferentes sociedades nas quais estavam integrados», recorda o purpurado.

«Conscientes do convite de Cristo a ser 'sal' e 'fermento' da terra, eles se comprometeram, apoiados pelo Espírito Santo, a animar, com a riqueza do amor evangélico, a cultura e as tradições de seu tempo.»

Por este motivo, a carta convida os participantes no encontro a que reflitam sobre como «cumprir esta missão na atual sociedade com uma fidelidade evangélica celebrada na liturgia e vivida na existência cotidiana».

«Para toda geração cristã, a Eucaristia é o alimento indispensável que a sustenta enquanto atravessa o deserto deste mundo, árido por sistemas ideológicos e econômicos que não promovem a vida, mas a mortificam; um mundo onde domina a lógica do poder e do ter, mais que a do serviço e do amor; um mundo onde não raramente triunfa a cultura da violência e da morte», citando a homilia do Papa na passada solenidade do Corpus Christi.

Deste modo, assegura a carta, «uma ativa participação na celebração eucarística faz que o cristão seja mais consciente de sua própria vocação de ser sinal e testemunha de um modo radicalmente novo de atuar no mundo».

«Chamado a contribuir na construção da cidade terrena, compromete-se a favorecer as dinâmicas de participação e responsabilidade, de solidariedade e subsidiariedade no campo econômico e social, que estão a serviço da pessoa e do bem comum», conclui.