sábado, 13 de novembro de 2010

Tiririca e o respeito à república

Em primeiro, é preciso dizer que não votei no Tiririca. Este é um ponto importante, para que se possa escrever o que segue.
Tiririca foi o candidato mais votado para deputado federal com 1,3 milhões de votos. O mais votado do Estado de São Paulo. Recentemente teve que fazer testes para comprovar se sabe ler e escrever. A polêmica começa nesta questão. Se há algum problema com o Tiririca candidato, deveria ter sido resolvido antes do pleito. Agora  que quase 1 milhão e meio de pessoas votaram nele, este assunto já deveria ter sido encerrado. Qualquer tentativa de anular o desejo deste grande número de cidadãos é golpe. Abre um sério precedente para a democracia. Portanto, não deveria haver mais qualquer tipo de dúvida sobre sua eleição.
Mais que isso. O personagem eleito na última eleição foi o Tiririca. Se perguntarmos, a qualquer um de seus eleitores, quem é o cidadão Aloísio Sérgio Rezende Silveira, certamente responderão que não sabem que é este tal Aloísio. Portanto, eleito foi o Tiririca. O personagem mais votato nesta eleição foi o "plahaço Tiririca" e não o Sr. Aloísio. Certamente, é desejo destes eleitores, que o Tiririca, o personagem, esteja presente em sua cadeira de deputado federal a partir de 2011. A presença do Sr. Aloísio, sem sua personagem Tiririca, poderia ser uma forma de falsidade ideológica. Os eleitores não votaram no Sr Aloísio. E, certamente, se ele tivesse se apresentado de cara limpa, sem portar seu personagem durante sua campanha, jamais teria sido eleito. Assim sendo, o eleito foi o Tiririca e não o Sr Aloisio. O Tiririca é que deve assumir sua cadeira em Brasília, caracterizado como Tiririca, pois é esta a vontade de seus eleitores.
Podem alegar que este foi um voto de protesto, até mesmo de imaturidade política, ou qualquer outro tipo de alegação. Pouco importa, a vontade do povo na eleição é soberana. Se o grito das urnas é um grito de protesto, que seja, deve ser ouvido. A presença do palhaço na Câmara Federal deverá ser uma marca, para que todos os seus ocupantes se lembrem, a cada dia, de que o povo pode sim se rebelar. Que o povo está cansado das 'palhaçadas' feitas por aqueles que vestem terno e gravata e se apresentam como pessoas sérias, mas não impedem que o legislativo tenha se transformado num grande circo. A presença de Tiririca, em suas vestes de palhaço, fazendo um 'discurso' em uma sessão solene deve ser a imagem da lembrança de que, ou os ocupantes destas cadeiras respeitam o povo e esta nação, ou esta nação irá constantemente desmoralizar seus ocupantes, sempre que puder, pelo voto.
Por fim, é melhor ter um cidadão, vestido de palhaço como deputado federal, do que todos os cidadãos brasileiros se sentirem verdadeiros palhaços nas mãos dos péssimos políticos que ocuparam estas cadeiras para enganar, corromper, roubar dinheiro público, e abandonar às traças toda a nação. O voto no palhaço tem um simbolismo, e por isso precisa ser respeitado. E não venham os eternos deputados, que já estão nesta casa federal por muitos mandatos, dizer que isso vai contra o decoro parlamentar. Contra ao decoro parlamentar não é a presença do palhaço mais votado nesta eleição. Contra o decoro é roubar o dinheiro público, é ser incapaz de trabalhar a serviço do povo.... e outras tantas atitudes que buscam apenas garantir o bem pessoal, em detrimento do bem público... Que a presença do palhaço no poder legislativo seja o fim das palhaçadas na política brasileira....

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